sexta-feira, 26 de agosto de 2011


... Mil perguntas vinham a minha mente enquanto entravamos no bar. Não era o primeiro encontro, mas também parecia não ser o último.
Ele: Então, me conta mais sobre as pessoas que costumam ser importantes para você. 
Falava enquanto sentávamos em uma mesa ao canto. Seu sorriso, seu olhar, tudo parecia encantar-me de uma forma inexplicável.
Eu: Elas estão comigo nos momentos em que mais preciso e claro, nos momentos de alegria também. Só que esses eu consigo contar nos dedos porque, não basta você ajudar e não receber nada em troca. Desviei o olhar. – Há momentos em que nos tornamos simplesmente invisíveis. – Voltei a olhá-lo com a admiração de sempre.
Ele: Na verdade, sempre fui invisível para certas pessoas. Mas quando elas estão na pior, me torno um cara legal que está ali pra apoiar... - Abaixa a cabeça, evitando me olhar -... E ultimamente, ando precisando do apoio dessas certas pessoas.  
Eu: Bem, posso não estar incluída nessas ‘’certas pessoas’’... – coloquei minhas mãos sobre as suas -... Mas quero que saibas que estou aqui para te ouvir, aconselhar, enfim... não é isso que os bons amigos costumam fazer?
Ele: É mais... – Ele me olhou. Seus olhos brilhavam, suas mãos estavam frias – E se eu te disser que minha felicidade depende de você?
O olhei espantada, as palavras pareciam fugir.
Eu: De mim?
Ele: Quero ser a pessoa mais importante para você, estar contigo em todos os momentos, tanto na alegria como na tristeza. Quero ser o motivo da sua felicidade, assim como eu quero que você seja o motivo da minha.
A sua voz, as palavras, tudo ecoava em minha mente lentamente. Tanta felicidade assim seria possível?
Eu: Você pode não ter percebido, mas já faz um bom tempo que você ocupa a minha vida e os meus pensamentos. Você não era tão invisível assim. Não para mim.
Sorriamos.
A noite chegará, as luzes da cidade reapareciam e a certeza de que aquela noite era mais uma de tantas outras se concluíra. 

sábado, 20 de agosto de 2011

Como um anjo

''Ela acreditava em anjos e, porque acreditava, eles existiam.''
                                                       Clarice Lispector. 



Parecíamos tão bem, eu e você. As palavras pareciam mais doces quando saíam da sua boca, não éramos perfeitos, apenas apaixonados. Telefonemas tornaram-se constantes, sua voz ecoava em minha mente todas as noites. Em cada sonho repetia que me amava, lembre-se, em sonhos apenas. Eu era boba, confesso, nunca havia amado antes, afinal, eu nunca soube o que realmente era o amor, apenas dava uma de apaixonada.
Suas palavras soavam bem, mas depois o ‘’eu te amo’’ tornou-se tão clichê assim como quem diz ‘’eu gosto de você’’. Comecei então a acreditar em anjos, mas esses não possuíam asas, apenas bondade. Você era um deles, sua função era cuidar de mim e do meu coração, que por fim, já estava em suas mãos. Nada foi feito, você me deixou. Deixou-me amargurada, iludida e se foi sem ao menos desejar-me felicidade, afinal, minha felicidade era ao seu lado, apenas. E por ter sido anjo, passei a acreditar nessa tal existência e espero que esses querubins tragam, novamente, o meu coração, afim de que eu cuide e entregue para alguém que possa dar o real valor que ele mereça. 

segunda-feira, 15 de agosto de 2011


É inverno e aqui estou jogando palavras ao vento. Dê-me um cappuccino, um cobertor, um pedaço de papel e uma caneta, por favor.  Lembra-se de como tudo aconteceu? Bar, álcool e um pouco de conversa fora para começar bem à noite. Riamos ao som da melodia e depois, brindávamos por tantas infelicidades amorosas que com o tempo você fez questão de mudar. Lembra-te daquela manhã em que acordamos um ao lado do outro, sem ao menos entendermos o porquê da minha presença ali? Entreolhamos-nos, rimos e nos beijamos como se nenhuma infelicidade fizesse parte desse nosso currículo sentimental.
Aquela sua camisa, eu admito, ficou melhor em mim do que em você. As horas foram se passando e nós estávamos ali, deitados por baixo das cobertas sem ao menos prestar atenção ao filme, somente trocando caricias, amores e mais amores. Aquilo tudo não deveria acabar, nunca. Será que realmente fomos feitos um para o outro? Desculpe, mas eu ainda não consegui acreditar na teoria das laranjas. É, aquela em que você é minha metade e eu a sua. Apenas aproveite meu amor, porque depois, eu não quero sentir a sua falta. Eu quero apenas o seu amor. 

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Becos sem saídas.


E tudo estava calmo, novamente, como aquela noite em que nós nos conhecemos. Mas o ambiente não parecia o mesmo, apenas uma luz clara refletia a minha silhueta em meio à escuridão. Lembranças de nós dois apareciam conforme a música, que repercutia no meu velho okman.  
Enquanto tragava, o seu rosto angelical aparecia em meio às fumaças, mas depois de alguns segundos, o forte vento o levava para que nunca mais voltasse. A sua lembrança, a voz tão doce, as palavras bonitas. Você trazia-me a paz, sentimento que agora eu não seria capaz de reconhecer.
Você partiu deixando-me apenas o toque dos seus lábios molhados e macios em minha face. Aquela paz que você deixou florescer em mim resolveu acompanhar-te, triste fim. Minha rotina nunca fora a mesma depois da sua partida, agora, eu só espero a sua volta. Será que demoraria?
Palavras tornaram-se refúgios. Dor, angústia, solidão. Aonde deverás estar? Vou vivendo assim, sem rotinas, caminhando contra o tempo, desvendando sentimentos até a hora de você chegar. E a paz, será que vai voltar? É melhor sentar, tragar e esperar.