... Mil perguntas vinham a minha mente enquanto entravamos no bar. Não era o primeiro encontro, mas também parecia não ser o último.
Ele: Então, me conta mais sobre as pessoas que costumam ser importantes para você.
Falava enquanto sentávamos em uma mesa ao canto. Seu sorriso, seu olhar, tudo parecia encantar-me de uma forma inexplicável.
Eu: Elas estão comigo nos momentos em que mais preciso e claro, nos momentos de alegria também. Só que esses eu consigo contar nos dedos porque, não basta você ajudar e não receber nada em troca. Desviei o olhar. – Há momentos em que nos tornamos simplesmente invisíveis. – Voltei a olhá-lo com a admiração de sempre.
Ele: Na verdade, sempre fui invisível para certas pessoas. Mas quando elas estão na pior, me torno um cara legal que está ali pra apoiar... - Abaixa a cabeça, evitando me olhar -... E ultimamente, ando precisando do apoio dessas certas pessoas.
Eu: Bem, posso não estar incluída nessas ‘’certas pessoas’’... – coloquei minhas mãos sobre as suas -... Mas quero que saibas que estou aqui para te ouvir, aconselhar, enfim... não é isso que os bons amigos costumam fazer?
Ele: É mais... – Ele me olhou. Seus olhos brilhavam, suas mãos estavam frias – E se eu te disser que minha felicidade depende de você?
O olhei espantada, as palavras pareciam fugir.
Eu: De mim?
Ele: Quero ser a pessoa mais importante para você, estar contigo em todos os momentos, tanto na alegria como na tristeza. Quero ser o motivo da sua felicidade, assim como eu quero que você seja o motivo da minha.
A sua voz, as palavras, tudo ecoava em minha mente lentamente. Tanta felicidade assim seria possível?
Eu: Você pode não ter percebido, mas já faz um bom tempo que você ocupa a minha vida e os meus pensamentos. Você não era tão invisível assim. Não para mim.
Sorriamos.
A noite chegará, as luzes da cidade reapareciam e a certeza de que aquela noite era mais uma de tantas outras se concluíra.