sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Becos sem saídas.


E tudo estava calmo, novamente, como aquela noite em que nós nos conhecemos. Mas o ambiente não parecia o mesmo, apenas uma luz clara refletia a minha silhueta em meio à escuridão. Lembranças de nós dois apareciam conforme a música, que repercutia no meu velho okman.  
Enquanto tragava, o seu rosto angelical aparecia em meio às fumaças, mas depois de alguns segundos, o forte vento o levava para que nunca mais voltasse. A sua lembrança, a voz tão doce, as palavras bonitas. Você trazia-me a paz, sentimento que agora eu não seria capaz de reconhecer.
Você partiu deixando-me apenas o toque dos seus lábios molhados e macios em minha face. Aquela paz que você deixou florescer em mim resolveu acompanhar-te, triste fim. Minha rotina nunca fora a mesma depois da sua partida, agora, eu só espero a sua volta. Será que demoraria?
Palavras tornaram-se refúgios. Dor, angústia, solidão. Aonde deverás estar? Vou vivendo assim, sem rotinas, caminhando contra o tempo, desvendando sentimentos até a hora de você chegar. E a paz, será que vai voltar? É melhor sentar, tragar e esperar. 

Um comentário:

Nadine disse...

"Lembranças de nós dois apareciam conforme a música". Músicas também sempre me trazem lembranças ;~ ah, dói tanto ver alguém que a gente quer muito partir. Sei bem como é isso. Gostei muito do texto, beijos.